Os líderes do levante popular contra o regime do presidente Muamar Kadafi, há 41 anos no poder, anunciaram ontem a formação de um Conselho Nacional para administrar as cidades sob seu controle. Ele será composto por integrantes dos conselhos municipais das cidades “liberadas”, ou seja, nas mãos dos opositores de Kadafi, que contam com a adesão de grande parte das Forças Armadas líbias.
O nome e o número dos integrantes do Conselho não foram definidos. Em entrevista à imprensa, o novo porta-voz do grupo, o advogado de direitos humanos Abdul Hafeed Thouga, disse que o Conselho não tem um “líder”, que não se trata de um governo transitório e que não há previsão de eleições. “Não se pode falar nisso quando a capital do país ainda está nas mãos do regime”, explicou Thouga em uma sala de audiência da Corte de Justiça de Benghazi, segunda cidade do país.
Respondendo a perguntas de jornalistas de veículos predominantemente estrangeiros – toda a imprensa líbia é estatal -, o advogado rejeitou a possibilidade de aceitar ajuda externa para derrubar o regime Kadafi, o mais longevo ditador no mundo árabe.
“Somos totalmente contrários a qualquer intervenção internacional”, afirmou Thouga, falando em árabe, com tradução para o inglês. “O restante da Líbia será liberada pelos participantes da Revolução de 17 de fevereiro, e os remanescentes das Forças Armadas leais ao regime serão derrotados pelo povo.”militar, em 1969. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.