A Líbia celebra hoje o 40º aniversário do golpe que levou Muamar Kadafi ao poder no país. A programação da festa inclui uma parada militar, espetáculos de dança e uma demonstração com jatos. Realizadas para mostrar a aceitação internacional do país, antes considerado um Estado pária, as celebrações, porém, ocorrem em meio à controvérsia pelo retorno do terrorista Abdel Baset al-Megrahi, culpado pelo atentado de Lockerbie, em 1988, que matou 270 pessoas. As festas devem durar quatro dias.

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Kadafi iniciou as celebrações na manhã de hoje em uma ex-base norte-americana convertida em campo militar líbio. A Líbia convidou vários chefes de Estado, mas em sinal da relação ainda difícil entre o país e nações ocidentais e da preocupação com o tratamento dado ao terrorista al-Megrahi, muitos enviaram representantes de baixo escalão, ou mesmo ignoraram a data.

A Escócia liberou al-Megrahi no dia 20 de agosto após os médicos detectarem um câncer de próstata em estágio terminal. O líbio é o único condenado pelo atentado que explodiu um avião sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, matando 259 pessoas a bordo e 11 no chão. A libertação e a calorosa acolhida de al-Megrahi na Líbia causaram repúdio internacional de famílias, de entidades e do governo dos Estados Unidos.

Kadafi chegou ao poder em um golpe militar em 1969. Ele sofreu décadas de ostracismo, acusado de apoiar o terrorismo internacional. Os EUA restauraram relações com a Líbia em 2006, após Kadafi concordar em pagar uma compensação às famílias das vítimas de Lockerbie. Apesar disso, o regime líbio afirma não ter qualquer relação com o ataque. A medida foi o auge de um processo iniciado três anos antes, quando Kadafi surpreendeu o mundo ao concordar em desmantelar um programa nacional de armas de destruição em massa.

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