O ministro de Relações Exteriores da Espanha disse hoje que a libertação de dezenas de prisioneiros políticos cubanos pode eventualmente levar a uma melhora nas relações entre os Estados Unidos e Cuba, e levantar o embargo de décadas contra a ilha comunista.

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Falando no Parlamento do país europeu, Miguel Angel Moratinos avaliou que a libertação de 52 prisioneiros cubanos também poderia levar a uma mudança das políticas da União Europeia (UE) em relação a Cuba.

Uma porta-voz da embaixada norte-americana em Madri disse que, embora os Estados Unidos aprovem a libertação dos prisioneiros políticos cubanos, é muito cedo para dizer se isso terá algum efeito sobre o embargo. Autoridades da França e da Alemanha não compartilham do otimismo de Moratinos, de que a libertação dos prisioneiros possa alterar a política norte-americana.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já sugeriu que é hora de um novo início em relação a Cuba, mas seu governo quer ver a ilha adotando mais reformas políticas e sociais, e não se sabe se o acordo envolvendo prisioneiros políticos é suficiente para isso.

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Moratinos tem dito que seus congêneres europeus condicionaram qualquer mudança na política europeia em relação a Cuba a mais libertações. Ele diz esperar que o bloco de 27 nações acabe com sua “posição comum” sobre Cuba. Essa política, de 1996, pede avanços no respeito aos Direitos Humanos e reformas democráticas antes que as relações com o país caribenho sejam normalizadas.

Maja Kocijancic, porta-voz de Catherine Ashton, chefe de assuntos exteriores da UE, disse que é muito cedo para dizer se o bloco mudará sua política para Cuba. Segundo ela, não está claro se todos os países compartilham do entusiasmo da Espanha.

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Na próxima segunda-feira, 26, a libertação dos presos políticos cubanos deverá ser discutida em um encontro de chanceleres europeus, mas uma decisão sobre possíveis mudanças na política só poderá ser tomada em setembro.