Lhasa é fechada, mas protestos seguem na China e Índia

A capital do Tibet, Lhasa, foi fechada neste sábado (15), dia seguinte da maior e mais violenta manifestação ocorrida contra o governo chinês em quase duas décadas. As ruas estavam praticamente vazias e as proximidades dos locais dos protestos eram mantidas fechadas por soldados e cordões de isolamento. Hotéis, restaurantes e outros pontos comerciais permaneceram fechados neste sábado e turistas orientados a não sair dos hotéis e a providenciarem o retorno para suas casas.

Um turista holandês, que deixou a capital tibetana neste sábado, disse ter visto cerca de 140 caminhões com soldados chegando a Lhasa. As autoridades tibetanas deram até a segunda-feira para que os responsáveis se entreguem, caso contrário enfrentarão punições. A agência de notícias oficial da China, a Xinhua, anunciou que 10 pessoas foram mortas nos protestos de sexta-feira (14) na capital tibetana, incluindo dois funcionários de um hotel e dois proprietários de lojas. A agência Xinhua acrescentou que nenhum estrangeiro havia ficado ferido. O governo tibetano exilado no norte da Índia, na cidade de Dharmsala, disse haver 30 mortos confirmados nas manifestações de ontem e que as mortes não confirmadas chegam a 100, citando fontes que não puderam ser checadas.

Mas em algumas regiões da China, no Nepal, na Índia, Austrália e Suíça vários protestos aconteceram hoje, com intervenção da polícia. No oeste da China, a polícia atirou gás para dispersar centenas de monges budistas e outros manifestantes que iniciaram um segundo dia de protestos em simpatia às demonstrações anti-China de Lhasa. Na Índia, a nova marcha em direção ao Tibet foi reiniciada neste sábado, com dezenas de pessoas, muitas delas monges budistas, nas proximidades da área onde exilados tibetanos foram presos nos últimos dias. Os manifestantes vão em direção ao Tibet, onde pretendem chegar no início das Olimpíadas de Pequim, em agosto.

Na Austrália, a polícia utilizou bastões e gás pimenta para dispersar manifestantes em frente ao consulado chinês em Sidney. Na Suíça, a polícia também teve de intervir para conter protestos em frente ao consulado chinês. Grupos tibetanos querem que o governo suíço pressione a China para que cumpra com as regras internacionais de direitos humanos.

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