Numa tentativa de derrubar a polêmica lei de imigração adotada pelo Arizona, centenas de pessoas, grupos de direitos civis e entidades ligadas a comunidades de imigrantes ameaçam boicotar produtos e serviços do Estado norte-americano. Ao mesmo tempo, chegaram ontem à Justiça dois dos primeiros processos contra a medida. A nova norma exige que policiais estaduais questionem e prendam pessoas pela simples suspeita de serem imigrantes ilegais. Caso não o façam, os policiais estão sujeitos a multas.
A lei, proposta pelo Senado estadual, foi assinada pela governadora Jan Brewer na semana passada e entra em vigor em julho, caso não seja derrubada nos tribunais. Para os críticos, a lei vai levar a “estigmatização racial”, ou seja, qualquer pessoa parecida com hispânico que for pega sem documentos acabaria presa. Um policial do Arizona e uma organização de hispânicos entraram com as ações judiciais ontem pedindo que a lei não entre em vigor.
Os críticos estão fazendo uma campanha para que empresários e turistas boicotem o Estado. As cidades de Denver, San Francisco e Los Angeles proibiram funcionários de viajar para o Arizona. Segundo a Associação de Hotéis do Arizona, seis convenções que se realizariam no Estado foram canceladas, incluindo a conferência dos advogados de imigração.
A Liga de Beisebol está sendo pressionada para cancelar seu jogo em Phoenix. Manifestantes com cartazes de “Boicote ao Arizona” e “Reforma, não racismo” já fizeram protesto ontem em Denver, em um jogo do Arizona Diamondbacks contra os Colorado Rockies. “O Arizona vai sofrer muito, porque é uma economia que depende muito do turismo, mais do que outros Estados”, disse Ted Alden, especialista em imigração do Council on Foreign Relations. O Grand Canyon fica no Arizona.