O presidente da Bolívia, Evo Morales, suspendeu sua greve de fome na madrugada desta terça-feira (14), minutos depois de receber a notícia de que o Congresso de seu país havia aprovado uma nova lei eleitoral que ratifica as eleições gerais de dezembro próximo com um novo padrão. O mandatário, que iniciou o protesto na última quinta-feira com o intuito de pressionar pela aprovação da legislação, agradeceu às organizações sindicais que apoiaram seu protesto e anunciou que dentro de algumas horas promulgará a lei em ato público.
“O povo não deve se esquecer que os processos de mudança se conseguem com luta. Sozinhos não podemos assegurar este processo revolucionário, mas com a força do povo ele é possível”, declarou Morales numa entrevista coletiva concedida na madrugada de hoje ao lado de 13 dirigentes sindicais que o acompanharam na greve de fome em uma sala do palácio do governo. A lei aprovada hoje depois de vários dias de disputa confirma as eleições para 6 de dezembro.
Apesar de não ter anunciado se será candidato ou não, Morales, o primeiro indígena a tornar-se presidente da Bolívia, figura como favorito a uma eventual reeleição diante de uma oposição debilitada. A nova lei cria oito cadeiras no Congresso para povos indígenas minoritários e pela primeira vez permitirá o voto dos bolivianos no exterior. A sessão durante a qual a lei foi aprovada estendeu-se por quase 10 horas.