O ex-presidente Néstor Kirchner acusou o presidente colombiano, Alvaro Uribe, e as lideranças da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de serem os responsáveis pelo fracasso da operação de liberação de reféns que estavam nas mãos do grupo guerrilheiro. Kirchner, que participou da comitiva de representantes internacionais que serviria de avalista para a liberação, voltou à Argentina, após três dias de duras negociações no meio da selva colombiana.

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A operação de liberação dos reféns foi idéia do presidente venezuelano Hugo Chávez. O plano consistia em conseguir a liberação de três reféns, entre eles a de Clara Rojas e seu filho, nascido na selva colombiana. Segundo o "Clarín", o principal jornal da Argentina, Kirchner considerou que Uribe – cujo governo propõe "mão dura" com a guerrilha – foi o primeiro obstáculo que dificultou a operação, que por si só era de alta complexidade. O "Clarín" também sustenta que Kirchner considera que as Farc, tanto quanto Uribe, também tiveram culpa no fracasso da operação.

Segundo a agência estatal de notícias Télam, que opera como porta-voz extra-oficial do governo argentino, o mal-estar da comitiva que voltou à Buenos Aires apontava as críticas contra o governo Uribe. O jornal "La Nación" citou uma fonte da comitiva que lamentava: "chegamos (na Colômbia) como avalistas e acabamos como mediadores".

Os críticos do ex-presidente afirmaram em Buenos Aires que Kirchner "rifou" o pouco que lhe restava de prestígio internacional nesta fracassada operação. Segundo o jornal econômico "Ambito Financiero", a operação de liberação foi uma tarefa "alheia" e "confusa" na qual a Argentina nunca deveria ter entrado. O "Clarín" indicou que Kirchner talvez tenha depositado "excessiva confiança na liderança de Hugo Chávez e seus hipotéticos bons laços com os líderes das Farc".

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