O secretário de Estado norte-americano John Kerry tentou nesta sexta-feira esclarecer declarações controversas que eles fez a respeito da crise política no Egito. Em entrevista concedida quinta-feira à emissora egípcia Geo TV, ele disse que o Exército não tomou o poder quando derrubou o presidente Mohammed Morsi, mas sim que “restaurou a democracia” no país.
Os militares egípcios derrubaram Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito do país, após um golpe militar em 3 de julho. O Exército estabeleceu um governo civil e convocou eleições para o ano que vem.
As declaração de Kerry foram vistas por algumas pessoas como um sinal de que os Estados Unidos se aliaram aos militares, embora o Departamento de Estado tenha dito várias vezes que o governo norte-americano não apoia nenhum dos lados.
Um porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad el-Haddad, criticou as palavras de Kerry. “O secretário Kerry aceitaria que o secretário da Defesa (Chuck) Hagel interviesse e derrubasse (o presidente norte-americano Barack) Obama se grandes protestos acontecessem nos Estados Unidos?”, questionou ele.
Nesta sexta-feira, Kerry declarou, em Londres, que todas as partes envolvidas – os militares e os partidários de Morsi – deveriam se unir e trabalhar para uma solução pacífica para a crise.
“A última coisa que queremos é mais violência”, disse ele. “O governo interino tem responsabilidade, no que diz respeito aos manifestantes, de dar a eles espaço suficiente para que protestem em paz. Mas, ao mesmo tempo, os manifestantes têm a responsabilidade de não impedir o prosseguimento das coisas no Egito. “
A televisão estatal egípcia disse que autoridades de segurança vão impor um cerco aos acampamentos de protesto montados por partidários de Morsi, medida que será adotada antes do desmantelamento dos locais. Fonte: Associated Press.