O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, desembarcou no Afeganistão para tentar costurar um acordo entre os candidatos à presidência, em um momento no qual uma crise ameaça fragmentar o país.
De acordo com resultados preliminares do pleito de 14 de junho, o ex-ministro de Finanças Ashraf Ghani emergiu como aparente vencedor, com 56,4% do votos. Já o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah rejeitou o resultado, declarou-se vencedor e acusou uma fraude generalizada.
Apoiadores de Abdullah pediram para que ele estabeleça um governo paralelo, o que aumentou o medo de um retorno à guerra civil. O presidente Barack Obama insistiu para que ele aguarde uma investigação sobre as alegações de fraude.
Ainda não está claro como a administração Obama planeja alcançar um compromisso entre as duas partes. Kerry disse ter contactado os dois candidatos várias vezes, encorajando-os a não aumentar as expectativas de seus apoiadores e a demonstrarem publicamente respeito pelo processo de auditoria.
Para Thijs Berman, chefe da missão de observação da União Europeia no Afeganistão, entre dois milhões e quatro milhões de votos devem receber um escrutínio maior, com base em números publicados pela comissão eleitoral independente afegã.
Abdullah alega que até duas milhões de cédulas foram fraudadas em favor de Ghani, o que ele nega.
Na véspera da chegada de Kerry, o presidente Hamid Karzai endossou um plano apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para investigar 8.000 seções de votação. Fonte: Associated Press.