O secretário de Estado norte-americano John Kerry reuniu-se nesta quinta-feira com ministros de Relações Exteriores na capital da Arábia Saudita para atualizá-los a respeito do progresso nas negociações nucleares com o Irã e reiterar a crença dos Estados Unidos de que o acordo com Teerã vai beneficiar todos os países, além de levar estabilidade à região.

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Como Israel, as monarquias do Golfo Pérsico expressaram temores de que o acordo nuclear possa permitir que o Irã, governado por xiitas, mantenha tecnologia para, um dia, desenvolver armas nucleares.

Porém, ao contrário de Israel, os países árabes expressaram suas preocupações a autoridades norte-americanas de forma mais privada. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez dois importantes discursos nos Estados Unidos nesta semana, dentre eles um a uma sessão conjunta do Congresso norte-americano, opondo-se ao que vê como um acordo inaceitável que começa a tomar forma durante as conversações.

Autoridades norte-americanas disseram estar bastante conscientes dos temores de seus aliados no Golfo e nesta quinta-feira Kerry reuniu-se com ministros de Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein, Kuwait, Omã e Arábia Saudita, países que foram o bloco regional conhecido como Conselho de Cooperação do Golfo.

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Posteriormente, Kerry se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, por cerca de uma hora e teria um encontro separado com o príncipe Mohammed bin Nayef, segundo na linha de sucessão ao trono saudita.

Antes das discussões com o monarca saudita, o rei disse que a visita do secretário ao reino, para consultas com aliados norte-americanos, é importante. “Eu acredito que pode-se confiar na perícia e no conhecimento de uma pessoa, mas é sempre mais útil se essa pessoa pede conselhos de pessoas com experiência, porque isso torna a situação melhor para todos”, disse ele por meio de um tradutor.

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Antes de ir para Riad, Kerry passou três dias em negociações com seu homólogo iraniano e outras autoridades na cidade suíça de Montreux.

A Arábia Saudita e outros países árabes veem o Irã como um importante rival regional e autoridades da região demonstraram temores de que as negociações nucleares resultariam em laços mais próximos entre Washington e Teerã, assim como o fortalecimento da influência do Irã na região, com o alívio das sanções contra o país.

Em resposta, autoridades norte-americanas destacaram que as negociações nucleares não são parte de uma ampla reaproximação entre Washington e Teerã. “Não se pode compreender as negociações nucleares como qualquer tipo de decisão a respeito do relacionamento entre Estados Unidos e Irã no futuro”, declarou um graduado funcionário do Departamento de Estado, na terça-feira. “Independentemente do que aconteça com a questão nuclear, vamos continuar a confrontar agressivamente a expansão iraniana na região.”

A fonte disse que os Estados Unidos acreditam que um acordo nuclear beneficiará o Golfo Pérsico.

“Os desafios representados pelo fato de o acordo ser aceito pelo mundo todo é algo com que contávamos desde o início”, afirmou outro funcionário graduado do Departamento de Estado na quarta-feira. “Nós nos preocupamos muito com a segurança no Golfo…e é por isso que estamos trabalhando tão duro para chegar a um acordo.” Fonte: Dow Jones Newswires.