O governo afegão mantém conversações de reconciliação há meses com membros de uma facção do Taleban vinculada estreitamente à Al-Qaeda e responsável por violentos ataques contra as forças de coalizão e por atentados em Cabul, disse hoje um membro do Parlamento afegão.
O deputado, que pediu anonimato, disse que o governo do presidente Hamid Karzai mantém contato direto com Jalaludin Haqqani, o líder ancião da rede Haqqani, sediada no Paquistão. Acredita-se que a rede tenha laços estreitos com os serviços de espionagem do Paquistão. Essa rede é comandada por um filho de Jalaludin Haqqani, Sirajuddin.
Um alto funcionário do setor de segurança do Paquistão, também pedindo anonimato, disse que o Paquistão já se ofereceu no passado para facilitar as conversações com a rede Haqqani e outros grupos insurgentes. Segundo essa fonte, o Afeganistão não pediu ajuda específica a Islamabad sobre a questão.
Os Estados Unidos, ainda que céticos a princípio, demonstraram na semana passada seu apoio aos esforços do governo afegão para falar com altos membros do Taleban. O jornal The New York Times informou hoje que três membros do conselho diretivo do Taleban, conhecido como Quetta shura, também participaram de conversações preliminares com o governo de Cabul, segundo um funcionário afegão e um ex-diplomata na região citados pelo diário.
De acordo com o New York Times, a Casa Blanca e um afegão que participou das conversações pediram ao jornal que não revelasse os nomes dos três líderes do Taleban e de um membro da família Haqqani que participaram do diálogo, supostamente para protegê-los de possíveis ataques em represália.