O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, anunciou em uma cerimônia nesta terça-feira que as forças armadas do país estão assumindo a liderança das operações de segurança em todo o território nacional, depois de quase 12 anos de envolvimento militar estrangeiro.

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“Este é um momento histórico para o nosso país e a partir de amanhã todas as operações de segurança estarão nas mãos das forças de segurança afegãs”, afirmou Karzai na cerimônia, realizada na nova Universidade de Defesa Nacional, construída

para formar os futuros oficiais militares do Afeganistão.

A transferência de poder no setor de defesa também é um marco para os militares norte-americanos e as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que agora devem passar inteiramente para um papel de apoio. O processo abre caminho para a retirada total das tropas estrangeiras em 18 meses.

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Karzai disse que, nos próximos meses, os agentes da coalizão deverão se retirar gradualmente das províncias do Afeganistão à medida que as forças de segurança do país começarem a substituí-los.

Ao anunciar a quinta e última fase de um processo que começou em novembro de

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2010, Karzai disse que a “transição será completada e as forças de segurança afegãs liderarão e conduzirão todas as operações”.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que a coalizão vai ajudar

militarmente, se e quando necessário, mas não vai mais planejar, executar ou liderar as operações.

A formação de oficiais organizada pela coalizão aumentou dramaticamente, desde 2009, o tamanho das Forças Nacionais de Segurança do Afeganistão, que passou de 40 mil homens e mulheres há seis anos, para cerca de 352 mil hoje. Após a transição, as tropas da coalizão deverão passar inteiramente para um papel de apoio, com treinamento e orientações. Além disso, estrangeiros poderão agir em situações de emergência ao oferecer apoio aos afegãos em combate.

“Há dez anos, não havia uma força de segurança nacional afegã. Há cinco anos, as forças afegãs eram uma fração do que elas são hoje. Agora você tem 350 mil soldados e policiais afegãos. Uma força formidável”, disse Rasmussen.

Os afegãos liderarão agora as operações de segurança em todos os 403 distritos das 34 províncias do Afeganistão. Até agora, eles eram responsáveis por 312 distritos em todo o país, onde vivem 80% da população do Afeganistão do total de cerca de 30 milhões de pessoas.

A transição abre caminho para que as forças da coalizão, que hoje contam com cerca de 100 mil soldados de 48 países, incluindo 66 mil norte-americanos, deixem o país. Até o final do ano, a quantidade de agentes da Otan será reduzida pela metade. No final de 2014, todas as tropas de combate deverão ter deixado o Afeganistão e serão substituídas, se aprovado pelo governo afegão, por um contingente muito menor que só vai treinar e assessorar os militares locais.

“A partir de 2015, um novo capítulo começará. Precisamos manter e construir com base no progresso que fizemos. E a Otan está pronto para desempenhar o seu papel”, disse Rasmussen. “Junto com nossos parceiros, estamos planejando uma novo e diferente missão.”

Os EUA e seus aliados já se comprometeram a financiar as forças afegãs nos anos imediatos após 2015. Fonte: Associated Press.