O ex-líder sérvio-bósnio, Radovan Karadzic, rejeitou hoje o advogado indicado pelo tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para defendê-lo em seu julgamento por genocídio. A recusa indica que Karadzic não estará preparado quando o procedimento for retomado em 1º de março de 2010, segundo disse o conselheiro de Karadzic.
O conselheiro Peter Robinson entrou com uma moção em nome de Karadzic, pedindo que o advogado britânico Richard Harvey seja afastado do caso e que Karadzic tenha acesso a uma lista de advogados aprovada para trabalhar no tribunal.
A disputa é a mais recente barreira que Karadzic colocou ao julgamento. Desde que foi preso em julho de 2008, ele tem desafiado o tribunal da ONU ao afirmar que recebeu imunidade de um enviado norte-americano de paz, no final da guerra da Bósnia. Harvey foi designado como advogado de defesa no mês passado para atuar no caso.
Karadzic enfrenta 11 acusações de ser o mentor das atrocidades dos sérvios bósnios contra os muçulmanos bósnios e poderá ser sentenciado à prisão perpétua. O ex-líder é acusado de comandar as forças sérvio-bósnias no massacre de Srebrenica, quando 8 mil muçulmanos foram mortos em julho de 1995.
Karadzic insiste que deseja um advogado balcânico. Ele quer um advogado “que compartilhe uma herança, idioma e confiança comum” e tenha conhecimentos sobre a Guerra da Bósnia de 1992-1995, disse Robinson. Se o tribunal recusar, “o sr. Karadzic pode estar certo de que não receberá um julgamento justo nesta instituição”, escreveu Robinson na moção.
