O ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic foi extraditado da Sérvia para a Holanda nesta quarta-feira (30) e levado a uma cela da carceragem do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) em Haia. Acusado de crimes de guerra e genocídio durante a Guerra da Bósnia (1992-1995), Karadzic será levado quinta-feira perante um juiz do tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU). A chegada de Karadzic à Holanda, nas primeiras horas do dia, marcou o fim de um esforço de 13 anos empreendido pelo TPII para prender um de seus suspeitos mais procurados.

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Karadzic é acusado de ter responsabilidade na morte de dezenas de milhares de pessoas e no sofrimento imposto a milhares de bósnios muçulmanos e croatas. A porta-voz do TPII Nerma Jelacic confirmou a chegada de Karadzic ao centro de detenção da ONU em Haia e comentou que o tribunal especial “garantirá o bem-estar do réu e o direito a um julgamento mais justo possível e de acordo com os mais altos parâmetros internacionais”. Karadzic foi enviado de Belgrado a Haia a bordo de um avião do governo sérvio. O TPII recusou-se a fornecer detalhes para preservar a segurança de ações futuras similares.

A confirmação da extradição foi feita depois que um helicóptero pousou na carceragem da ONU enquanto um helicóptero de escolta sobrevoava o perímetro. Momentos antes, dois veículos haviam cruzado os portões do centro de detenção. O TPII informou que Karadzic será levado perante um juiz amanhã pela manhã e terá de declarar-se culpado ou inocente de cada uma das 11 acusações pendentes contra ele, inclusive genocídio, extermínio e perseguição.

Apesar da rapidez com que foi marcada a audiência preliminar, é provável que o julgamento comece somente daqui a alguns meses e seja concluído apenas dentro de alguns anos. Em Belgrado, o advogado Sveta Vujacic, que representa Karadzic, disse que seu cliente formalizará sua declaração de culpa ou inocência somente em 30 dias, prazo máximo permitido pelo TPII.

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