O ditador líbio, Muamar Kadafi, rejeitou as sanções impostas pela Organização das Nações Unidades (ONU), classificando-as como inválidas e disse que a calma volta à Líbia à medida que territórios dominados pela oposição foram cercados. Em uma rara declaração à imprensa estrangeira transmitida pela televisão sérvia, Kadafi culpou os extremistas da Al-Qaeda pelas mortes ocorridas no país desde que os protestos contra o regime começaram, no dia 15 de fevereiro.

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“O Conselho de Segurança adotou uma resolução que é inválida de acordo com o Estatuto das Nações Unidas. Ela é nula”, disse Kadafi ao canal de televisão sérvio Pink, num comunicado de dez minutos em árabe, que foi dublado em sérvio. “Como é possível que o Conselho de Segurança adote uma resolução baseada num relato da mídia? Isso é inaceitável e vai contra o senso comum”, acrescentou o ditador.

O Conselho de Segurança da ONU pediu que Kadafi, sua família e pessoas ligadas a ele sejam proibidos de viajar e que seus bens sejam congelados, e planeja adotar um embargo contra a Líbia, onde, segundo a organização, mais de mil pessoas foram mortas.

Na declaração transmitida pela TV, Kadafi insistiu que a situação na Líbia estava calma no momento. “Não há incidentes no momento e a Líbia está completamente calma. Não há nada incomum. Não há nenhum distúrbio”, afirmou o líder, acrescentando que, embora pessoas tenham sido mortas em ambos os lados, isso foi apenas em pequeno número.

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Ele culpou os extremistas da Al-Qaeda pela violência no país e repetiu sua alegação de que os manifestantes da oposição estavam drogados. “As pessoas foram mortas por gangues de terroristas e eles são, sem dúvida, da Al-Qaeda”, declarou Kadafi. Sobre o território controlado pela oposição, o ditador sérvio disse: “Há um pequeno grupo (de oponentes) que está cercado, mas nós vamos resolver isso.”

Aliado

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Kadafi deu seu depoimento ao jornalista Miodrag Popovic do popular canal de TV privado sérvio conhecido principalmente por seus programas de música folk. O canal é propriedade do magnata da mídia Zeljko Mitrovic, antigo aliado do falecido ditador sérvio Slobodan Milosevic.

Mitrovic teria emprestado seu avião particular para Zoran Lilic, ex-presidente iugoslavo e um amigo pessoal de Kadafi, ir a Trípoli para negociar a retirada de cidadãos sérvios da Líbia. Popovic disse que Lilic e a equipe de reportagem do Pink estiveram em Trípoli por três dias para ver a situação no país e encontrar Kadafi.

Uma filmagem mostrada pelo canal antes e depois das declarações de Kadafi irem ao ar focou na alegada normalidade da vida diária em Trípoli, mostrando os partidários do ditador líbio, carros circulando no centro da cidade e pessoas comendo pão, em meio aos relatos de que os cidadãos líbios estavam passando fome. O jornalista também comentou que os edifícios que foram relatados como bombardeados estavam totalmente intocados. As informações são da Dow Jones.