Vestindo uniforme militar, o líder líbio Muamar Kadafi, no poder desde 1969, iniciou hoje sua primeira visita à Itália e recebeu um abraço do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi. O gesto mostra a melhoria dos laços da Líbia, uma nação rica em petróleo, e a Itália, sua ex-metrópole. A visita de quatro dias de Kadafi inclui a honra de falar ao Senado italiano. Ele também concordou em se encontrar com alguns dos 20 mil italianos expulsos da Líbia em 1970 como forma de punir Roma por sua colonização, ocorrida entre 1911 e 1941.

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O Human Rights Watch lamentou a visita que, segundo a entidade humanitária, “celebra um acordo sujo” fechado recentemente pelo qual a Itália enviará de volta à Líbia imigrantes ilegais resgatados no mar que partiram da costa do país africano. “Nós saudamos essa geração de italianos por resolver com extrema coragem as questões do passado”, afirmou Kadafi, após um encontro com o presidente italiano, Giorgio Napolitano. No ano passado, Roma concordou em recompensar a Líbia pelos problemas durante a ocupação italiana em US$ 5 bilhões na forma de um pacote de construções, bolsas para estudantes e pensões para soldados líbios que lutaram na Segunda Guerra ao lado dos italianos.

Mais recentemente, a Líbia concordou em receber imigrantes que partem das praias do país para tentar a vida na Europa e acabam interceptados por patrulhas italianas no meio da viagem. As Nações Unidas denunciaram a medida por impedir que os imigrantes possam pedir asilo na Itália. Berlusconi mantém boas relações com a Líbia e convidou Kadafi para retornar à Itália no mês que vem, durante a reunião do Grupo dos Oito.

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