Forças ligadas ao líder Muamar Kadafi, fortemente armadas, foram enviadas para o lado líbio da fronteira com a Tunísia, e menos de 2 mil pessoas cruzaram a fronteira ontem, informou a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Nos dias anteriores, entre 10 mil e 15 mil fugiam por dia para a Tunísia. Ontem, menos de 2 mil pessoas cruzaram a fronteira”, disse Melissa Fleming, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). “O Acnur está muito preocupado com a possibilidade de a situação de segurança na Líbia estar impedindo as pessoas de cruzar a fronteira. A fronteira do lado líbio é agora ocupada por forças pró-governo fortemente armadas”.
Os que conseguiram cruzar a fronteira disseram ao Acnur que “seus telefones celulares foram confiscados no trajeto, juntamente com suas câmeras”. “Muitos dos que cruzaram a fronteira pareciam assustados e não queriam falar”, disse a porta-voz. “Acreditamos que há razões para isso, que eles devem ter sido intimidados de alguma forma”.
A atual situação no caminho para a fronteira parece estar reduzindo o fluxo de pessoas da Líbia para a Tunísia. “Estamos ouvindo relatos de que rodovias inteiras estão cheias de partidários militares de Kadafi, que há postos de verificação em todo o caminho”, disse Melissa. Mas quatro refugiados que haviam acabado de cruzar a fronteira hoje disseram à agência France Presse que não haviam visto qualquer presença militar e que havia apenas policiais.
Agências humanitárias estão preocupadas com a situação de imigrantes de países mais pobres, já que seus países de origem podem não ter recursos para evacuá-los. O governo de Bangladesh disse a dezenas de milhares de seus cidadãos que são trabalhadores imigrantes na Líbia para permanecer onde estão. Representantes do governo disseram não ter recursos para enviar navios ou aviões para levá-los para casa. As informações são da Dow Jones.