A Justiça suíça barrou um acordo de cooperação em matéria penal com o Brasil. Por recomendação do Poder Executivo, o Parlamento suíço colocou na geladeira um entendimento que poderia permitir que informações sobre casos de lavagem de dinheiro e crimes financeiros fossem enviadas à Justiça brasileira com maior facilidade. Na Suíça, porém, o tema é tratado com cautela e, no governo, não se descarta que as ações do Brasil contra os banqueiros suíços possam contaminar a primeira visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país dos Alpes, em janeiro.

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O Brasil fechou um entendimento de cooperação judicial em 2004, mas nunca foi aprovado pelo Parlamento do país. Inicialmente, o argumento era o de que a Justiça brasileira havia utilizado de forma ilegal alguns extratos bancários dados pelos suíços em processos no País, principalmente nas investigações sobre o deputado Paulo Maluf. Como retaliação, o tema foi retirado da pauta do Parlamento e ninguém sabia dizer quando seria votado.

As últimas ações da Polícia Federal, tanto em relação ao Credit Suisse em 2006 e agora no UBS e Leu, põem ainda mais dúvidas sobre a aprovação do acordo. Oficialmente, porém, o governo suíço alega que a demora ocorre apenas por motivos burocráticos.

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