Jared Lee Loughner, apontado como o autor do ataque a tiros contra a deputada americana Gabrielle Gifford em Tucson, Arizona, nos Estados Unidos, compareceu ontem em um tribunal de Phoenix para depor sobre o caso. A polícia federal americana (FBI) constatou que Loughner, de 22 anos, seria o mentor do ataque de sábado, que deixou 6 mortos e 14 feridos.
O juiz rejeitou a libertação sob fiança, marcou uma audiência para o dia 24 e aprovou a indicação da advogada Judy Clarke para a defesa de Loughner. Ela foi advogada de Timothy McVeigh, responsável pelo atentado de Oklahoma City, em 1995, que deixou 168 mortos, do “Unabomber” Ted Kaczynski, e de Zacharias Moussawi, envolvido nos atentados do 11 de Setembro.
Entre as evidências coletadas na primeira fase de investigação, o FBI encontrou na casa de Loughner um envelope no qual estavam manuscritas as palavras “eu planejei”, “meu assassinato” e “Gifford”. Também foi revelado que Loughner se aproximou anteriormente da parlamentar em pelo menos um de seus eventos políticos, em 2007, e comprou uma pistola semiautomática Glock em uma loja de artigos esportivos em 30 de novembro.
Loughner entrou no tribunal algemado, usando um uniforme de detento e com a cabeça raspada. Pelo menos cinco processos de tentativa de assassinato foram abertos contra ele, mas novas demandas devem surgir. Nos depoimentos tomados desde sábado, quando foi preso, Loughner evocou a Primeira Emenda da Constituição americana para permanecer em silêncio.
Em honra das vítimas do atentado de sábado, o presidente dos EUA, Barack Obama, conduziu ontem uma cerimônia nacional de um minuto de silêncio. A democrata Gabrielle Gifford, de 40 anos, continuava internada e mantida em coma induzido no University Medical Center, em Tucson, mas seu quadro era estável.