O Tribunal Civil de Bangcoc ordenou nesta terça-feira (31) que os manifestantes contrários ao governo desbloqueiem a rua que leva ao escritório do primeiro-ministro no Palácio do Governo, o que pode resultar num possível confronto entre milhares de presentes no ato e forças de segurança que estão dentro do complexo parlamentar. A decisão foi anunciada horas depois de o gabinete tailandês ter cancelado sua reunião semanal em razão dos protestos, que já chegam ao seu sexto dia e representem uma grande ameaça ao governo de quatro meses do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva.

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Abhisit não vai a seu escritório desde que as manifestações aumentaram a pressão para que ele e seu gabinete renunciem ao governo. O premier viajou nesta terça para Londres, na Grã-Bretanha, onde participará da cúpula do G-20 – grupo formado por grandes economias desenvolvidas e emergentes – como representante dos países do sudeste da Ásia.

Os manifestantes são partidários do primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra e dizem que a atual administração chegou ao poder por meio de meios ilegítimos, depois de um governo aliado de Thaksin ter sido dissolvido por um tribunal. Os manifestantes defendem a realização de eleições para a escolha de um novo governo. Abhisit nega-se a deixar o cargo.

Os manifestantes colocaram arme farpado e barricadas de pneus nas ruas, numa aparente tentativa de evitar que os integrantes do gabinete entrem no Palácio do Governo. Centenas de policiais e soldados, armados apenas com escudos, estão no interior do complexo. Centenas de outros integrantes das forças de segurança estão espalhados pela área ao redor.

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Repreensão

Em resposta a uma petição do escritório do primeiro-ministro, o Tribunal Civil de Bangcoc ordenou que os manifestantes permitam que os funcionários parlamentares entrem no complexo, que também abriga escritórios do governo. O vice-primeiro-ministro Suthep Thuaksuban afirmou que uma decisão judicial favorável dará às autoridades a “legitimidade” para implementar mais medidas contra os manifestantes que acampam na área do palácio desde quinta-feira.

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Porém, não há informações sobre o que o governo fará para colocar a ordem em ação. Altos oficiais de segurança afirmam que não receberam ordens para dispersar a multidão e que não utilizarão medidas violentas. “Nós usaremos medidas pacíficas. Tentaremos negociar com os líderes dos manifestantes”, disse o policial Worapong Chiewpreecha Said. Entretanto, ele se negou a comentar quais ações a polícia tomará se as medidas pacíficas falharem.