A Justiça italiana mandou prender hoje o senador Nicola Di Girolamo, membro do partido Povo da Liberdade (PDL), do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Ele é acusado de ter recebido dinheiro e de colaborar com a máfia calabresa, a “Ndrangheta”, para se eleger. Outros 56 suspeitos estão sendo procurados pela polícia na Itália, no Reino Unido, na Suíça e no Panamá. De acordo com o promotor público Piero Grasso, eles também são acusados de criar empresas fantasmas para lavagem de dinheiro, em uma fraude de 2 bilhões de euros.
Di Girolamo, que representa no Senado italianos residentes no em outros países europeus, teria se encontrado com mafiosos do clã Arena. Além do dinheiro para a campanha, a máfia também teria fraudado votos de imigrantes calabreses na Alemanha para eleger o senador. Em troca, Di Girolamo teria ajudado na lavagem de dinheiro, disse Grasso.
O senador tem imunidade parlamentar e não pode ser preso sem permissão do Congresso. O líder do PDL no Senado, Maurizio Gasparri, disse que as acusações são plausíveis e que o pedido seria analisado. “Deve ficar claro que não há intocáveis aqui”, disse.
No final do ano passado, o vice-ministro da Economia, Nicola Cosentino, também do PDL, foi acusado de colaborar com a Camorra, a máfia napolitana, em troca de apoio eleitoral. Ele pediu demissão.