Um iraquiano que obteve asilo político na Dinamarca junto com sua família deverá divorciar-se de uma de suas duas mulheres, segundo decidiu o Ministério da Justiça dinamarquês.
O caso foi tratado pelo ministério em meados do ano passado, quando um grupo de intérpretes iraquianos foi recebido na Dinamarca após a saída das tropas dinamarquesas do Iraque.
Ter ajudado militares dinamarqueses através de seu trabalho constitui um fator de risco tanto para os intérpretes quanto para suas famílias.
O iraquiano em questão casou-se legalmente com duas mulheres no Iraque, com quem teve três filhos. Pela lei dinamarquesa, os cinco parentes do intérprete têm direito ao asilo, mas, sendo a poligamia ilegal no país, o homem deve divorciar-se de uma das esposas.
Alguns teólogos não concordam com a obrigação do divórcio, argumentando que não se deve impor a ética cristã a um homem que não quer se converter e só pede proteção.
Já o Partido do Povo Dinamarquês insiste sobre a impossibilidade de a Dinamarca aceitar um caso de bigamia e pede que o intérprete aceite se divorciar de uma das mulheres ou que uma delas seja enviada de volta ao Iraque.
O iraquiano tem até o dia 26 de maio para tomar uma decisão, ou pode recorrer à Justiça pedindo a reavaliação da decisão do ministério.
A advogada do intérprete, Marianne Voelund, disse que seu cliente recebeu com tristeza a decisão, que provavelmente aceitará divorciar-se, mas que ainda não decidiu de qual das mulheres deverá se separar.