Uma comissão de direitos humanos entregou ao juiz federal argentino Sergio Torres fotografias de corpos de dissidentes que teriam sido lançados de aviões em pleno voo sobre a foz do Rio da Prata durante a mais recente ditadura militar da Argentina, entre 1976 e 1983.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) entregou à justiça argentina 130 imagens de corpos torturados de cerca de 20 vítimas da ditadura que foram encontrados na costa do Uruguai na época. A maior parte dos cadáveres apareceu em praias entre as cidades de Colônia, às margens do Rio da Prata, e La Paloma, na costa do Oceano Atlântico.
As imagens apresentadas no fim da noite de ontem pelo secretário-executivo da CIDH, Santiago Canton, são consideradas provas importantes para confirmar a existência dos chamados “voos da morte”. O destino dos corpos fotografados é desconhecido.
Representantes de grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que as vítimas recebiam injeções que as deixavam sonolentas antes de serem atiradas dos aviões. Calcula-se que 30.000 pessoas tenham sido assassinadas pelo regime militar argentino no período da ditadura. As informações são da Associated Press.