A Justiça argentina investigará o caso de extorsão ao jornal Clarín por Luis Siri, representante do sindicato dos trabalhadores das gráficas na AGR (empresa que imprime as publicações do grupo) e principal líder dos piquetes e greves realizados contra o periódico.
Siri, sindicalista vinculado ao governo da presidente Cristina Kirchner, foi filmado com uma câmara oculta pedindo o pagamento de uma propina ao Clarín. Para a eventualidade de o jornal não pagar a propina, Siri fazia uma ameaça: “Bloqueio o jornal e ele não sai mais, hein!”.
No vídeo, Siri aparece pedindo ao Clarín 3,150 milhões de pesos (US$ 780 mil) para uso próprio. A gravação foi feita em 17 de fevereiro. Em 27 de março Siri e seus colegas bloquearam o Clarín. Nesse período, o jornal rejeitou pagar a propina.
Na gravação, que foi feita pelos funcionários do Clarín sob acompanhamento de um tabelião (que lacrou a câmera com a qual foi feita a gravação), Siri deixa claro que os motivos das pressões sindicais ao jornal não são trabalhistas, mas sim, políticas: “É um erro encarar isso como um conflito trabalhista e não como (um conflito) político”.
A promotoria considera que se trata de um caso de extorsão. Os partidos de oposição condenaram o pedido de Siri e pedem que os promotores investiguem suas conexões com o governo. Enquanto isso, a administração Kirchner mantém silêncio sobre o escândalo da propina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.