O julgamento do ex-vice-primeiro-ministro iraquiano Tariq Aziz e de outros sete ex-funcionários do alto escalão do regime de Saddam Hussein foi retomado nesta terça-feira (20) em Bagdá depois de um recesso decretado em 29 de abril. Aziz e os outros réus, entre eles o primo de Saddam e ex-ministro da Defesa Ali Hassan al-Majid, mais conhecido como "Ali Químico", enfrentam a acusação de ter ordenado a execução, em 1992, de 42 comerciantes iraquianos acusados de subir os preços após uma crise gerada pela Guerra do Golfo.

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Segundo a televisão iraquiana, todos os acusados estiveram presentes na audiência, a segunda do julgamento. Um dos advogados de defesa havia pedido ao tribunal que Aziz fosse julgado fora do Iraque ou no Curdistão iraquiano em razão da "instabilidade da situação e para facilitar aos advogados o acesso à sede do julgamento".

Os réus estão sob custódia dos Estados Unidos desde que foram aprisionados na base de Campo Cropper, nas cercanias do aeroporto de Bagdá.

Aziz, de 72 anos, era o único cristão caldeu do governo de Saddam e foi ainda ministro de Relações Exteriores durante a invasão do Kuwait e a Guerra do Golfo de 1991, além de ter sido testemunha nos julgamentos de ex-membros do regime. Porém, esta é a primeira vez que ele é acusado.

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Outro réu ilustre processado é Ali Químico, primo de Saddam condenado à morte por genocídio e responsabilizado pela morte de 100 mil curdos em uma campanha militar no norte do país no crepúsculo da Guerra Irã-Iraque (1980-1988). Al-Majid ficou conhecido como Ali Químico pela uso intenso de gás mostarda e outros elementos químicos na campanha contra os curdos.