O juiz espanhol Eloy Velasco acusou hoje o governo da Venezuela de amparar a relação entre o grupo separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA) e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Velasco alega que ativistas do ETA treinaram em campos das Farc e que membros da guerrilha colombiana foram há anos para a Espanha a fim de, com ajuda do ETA, tentar matar o ex-presidente colombiano Andrés Pastrana e o atual, Álvaro Uribe.

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Velasco processa seis ativistas do ETA, a maioria exilados em Cuba e na Venezuela, e sete membros das Farc por distintos delitos de colaboração e conspiração para cometer homicídios terroristas. De acordo com o magistrado, esses suspeitos realizam “diligências” que mostram a “cooperação governamental venezuelana na ilícita colaboração entre as Farc e o ETA”.

O magistrado nomeia Arturo Cubillas Fontán, membro do ETA, como uma das pessoas mais importantes na relação entre os dois grupos. Cubillas Fontán vive na Venezuela, onde em 2005 teve um cargo no Ministério de Agricultura e Terras. Segundo o documento do juiz, a relação entre os grupos remonta a 1993.

Segundo ele, o guerrilheiro das Farc Víctor Ramón Vargas Salazar, apelidado de “Chato”, viajou à Espanha em 2000 para monitorar os movimentos da embaixada da Colômbia em Madri. Vargas Salazar informou, segundo Velasco, que atentar contra a vida de Pastrana seria fácil se houvesse ajuda do ETA.

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O caso da colaboração entre o ETA e as Farc na Espanha foi aberto em novembro de 2008, quando a Promotoria apresentou um documento sobre o tema. A acusação se baseou em grande parte em e-mails apreendidos no computador do então número 2 das Farc, Raúl Reyes, morto em março de 2008 em um operação militar do Exército colombiano em solo equatoriano.