Um contingente de cinco milhões de jovens com menos de 25 anos é o público mais atingido pela turbulência econômica internacional que assola a União Europeia. Marcada pela falta de perspectivas, a “geração da crise”, como vem sendo descrita por economistas a camada de jovens sem emprego, aumentou 25% em 12 meses e segue crescendo em todos os 27 países do bloco, segundo divulgou ontem o Escritório Estatístico das Comunidades Europeias (Eurostat).
O diagnóstico da precariedade no mercado de trabalho dos jovens já havia sido feito há três semanas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o Eurostat, a recessão nos países europeus, onde o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 4,7% no primeiro trimestre, atinge com duas vezes mais força os jovens do que os mais maduros.
“A crise econômica vem atingindo em particular os jovens em todos os países mais industrializados”, confirma a analista de Políticas Sociais da OCDE, Martine Durand. “O desemprego de jovens aumenta muito em toda a Europa, em especial na Espanha e na Irlanda, mas também de forma generalizada.” No primeiro semestre, a taxa de desemprego se elevou a 18,3% entre os europeus menores de 25 anos, ante 8,2% na média dos demais trabalhadores. No total, um milhão de recém-formados ou estudantes não encontra trabalho. Comparados os primeiros trimestres de 2009 e 2008, o número de jovens inativos cresceu 3,7 pontos porcentuais, ante 1,5 ponto nas demais faixas etárias.