Juan Manuel Morales Sierra, o jovem espanhol de 21 anos preso na quarta-feira com 140 quilos de material explosivo, confessou à polícia sua intenção de fazer um atentado contra a Universidade das Ilhas Baleares, em Mallorca, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.
Em seu depoimento à polícia, Morales admitiu sua “total admiração” pelos jovens que causaram o massacre de Columbine em 1999 nos Estados Unidos, com quem tem muitos aspectos de seu comportamento em comum.
Os comandantes da Polícia Nacional confirmaram à delegada do governo, Teresa Palma, que Sierra é uma “pessoa muito inteligente, introvertida, frustrada, com problemas sociais e simpatia pelos símbolos nazistas”.
Também confirmaram que “agia totalmente só, visto que não pertence a nenhuma gangue nem grupo político”, informou hoje a Delegação do Governo nas Ilhas Baleares em comunicado.
“A frustração que sente ele projeta nos estudantes em geral, daí a planejar um atentado contra a Universidade das Ilhas Baleares, principal instituição educativa” nessas ilhas turísticas situadas no Mar Mediterrâneo, acrescenta a nota.
A polícia o acusa de posse ilegal de material explosivo e acredita que pensava atentar contra as instalações universitárias o próximo 20 de abril, data do 14º aniversário do massacre na escola Columbine (EUA).
A porta-voz policial nas Baleares, Janka Jurkiewicz, disse hoje que o jovem idolatrava aos autores dos assassinatos de Columbine, Eric Harris e Dylan Klebold, e por isso uma das hipóteses dos policiais é que Sierra planejava colocar as bombas coincidindo com o próximo aniversário do massacre.
A polícia começou a investigar há cinco meses os comentários do jovem na Internet fazendo alusão ao massacre nessa escola de ensino médio americano, onde os dois autores, que considerava seus “ídolos”, assassinaram 12 estudantes e um professor.
Sierra manifestava simpatia por Eric e Dylan e incluía em seu blog seções em que contava ter gostos musicais idênticos ao dos jovens americanos, sua adoração pelas armas, seu estilo de se vestir e inclusive um isolamento social que o levou a situações de marginalização escolar.
Segundo foi revelado hoje, foi um jornalista venezuelano radicado no Japão que alertou a polícia espanhola sobre as intenções do jovem detido, já que descobriu os comentários ao fazer pesquisas na rede sobre massacres estudantis.