Um jornalista da Somália está detido sem acusação, desde 5 de fevereiro, por criticar a prisão de um repórter, denunciou a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch. Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a ONG afirmou que a detenção de Daud Daud Abdi é um aviso do governo da Somália a todos os jornalistas do país.
De acordo com a entidade, a prisão de Daud decorre de um incidente da semana passada, quando um tribunal de Mogadishu sentenciou a um ano de prisão uma mulher que disse ter sido estuprada por forças de segurança e um repórter que a entrevistou. Daud teria criticado a decisão, no tribunal, dizendo que os jornalistas têm o direito de entrevistar pessoas. O Human Rights Watch pediu às autoridades da Somália para que libertem imediatamente Daud Abdi.
A vítima do estupro foi acusada de insultar um órgão do governo, induzindo provas falsas, simulando uma infração penal e fazendo uma acusação falsa. O jornalista freelance Abdiaziz Abdinur foi acusado de insultar o governo e de induzir a entrevistada a dar falsa evidência. Três outros acusados no caso, incluindo o marido da mulher, foram absolvidos nesta terça-feira. Todos os réus negaram as acusações no tribunal. As informações são da Associated Press.