O jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, que em janeiro de 2015 foi alvo de um massacre cometido por extremistas islâmicos, fez uma publicação criticando a onda de imigração à Europa e comparou o menino sírio Aylan, de 3 anos, morto em uma praia da Turquia, a um estuprador.

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Aylan Kurdi estampou a capa dos principais jornais do mundo em setembro, quando seu corpo foi encontrado morto em uma praia da costa turca. A foto do cadáver, afogado, virou símbolo da crise imigratória que atinge a Europa, marcada por dezenas de naufrágios e considerada a maior desde a Segunda Guerra Mundial (1939­ 1945).

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Na edição de quarta-feira (13) do jornal, uma ilustração do cartunista Riss sugeriu que, se não tivesse morrido na travessia pelo mar, o garoto sírio poderia ter se tornado um agressor sexual. A mensagem é uma dura crítica aos estrangeiros e aos episódios de violência sexual ocorridos no dia 31 de dezembro na cidade de Colônia, na Alemanha, país que recebeu mais de 1 milhão de pedidos de asilos de refugiados no ano passado.

Investigações locais indicam que imigrantes participaram de alguns dos crimes sexuais, cujas denúncias passam de 600. O desenho publicado no “Charlie Hebdo” mostra dois homens, com rostos de animais (um de macaco e outro de porco), correndo atrás de duas mulheres.

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“No que teria se transformado o pequeno Aylan se ele tivesse crescido?”, é o texto que acompanha a ilustração, intitulada “Migrantes”. A insinuação da ilustração, de que todas as crianças imigrantes poderiam se tornar criminosas, gerou críticas de leitores na internet ao “Charlie Hebdo”, que vem sido visto como racista desde o massacre, que deixou 12 mortos.