Pelo menos três jornais suecos publicaram hoje um cartum retratando o profeta Maomé no corpo de um cachorro. O controverso desenho do artista sueco Lars Vilks foi impresso em dois jornais de Estocolmo – “Dagens Nyheter” e “Expressen” – e no diário “Sydsvenska Dagbladet”, da cidade de Malmo.
Ontem, a polícia da Irlanda prendeu quatro homens e três mulheres suspeitos de envolvimento em um suposto plano para matar o autor do cartum. A polícia irlandesa afirmou hoje que os presos eram dois argelinos, dois líbios, uma palestina, uma croata e uma norte-americana casada com um dos suspeitos argelinos. Eles não tiveram seus nomes divulgados.
O jornal “Sydsvenska Dagbladet” informou que publicou o polêmico desenho como parte de sua cobertura do suposto plano para matar o artista. O “Expressen” disse que divulgou a imagem por seu valor noticioso e para marcar posição pela liberdade de expressão. Já o “Dagens Nyheter” alegou em editorial que o artista “não está sozinho neste conflito. Uma ameaça contra ele é, a longo prazo, também uma ameaça a todos os suecos”.
Vilks já recebeu várias ameaças de mortes por seu cartum, publicado inicialmente em um jornal sueco, em 2007. Um ano antes, cartuns de Maomé em um jornal dinamarquês causaram protestos furiosos em nações muçulmanas. Vilks disse hoje não ter certeza se o plano para matá-lo era uma ameaça séria. “Eu tenho certeza de que eles têm planos, mas a questão é quão longe eles foram.” A Al-Qaeda oferece US$ 100 mil pela cabeça do sueco. Em geral, a lei islâmica se opõe a qualquer representação do profeta, mesmo que favorável, por temor de que isso possa levar à idolatria.