A visita da presidente eleita da Argentina ao Brasil é o principal destaque de todos os jornais argentinos, que estampam em suas capas fotos de Cristina Fernández de Kirchner e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Clarín imprimiu em letras garrafais o "firme sinal de Cristina para a aliança com Brasil" e acordo sobre o "sistema de consulta direta, encabeçado por eles, no qual se reunirão duas vezes por ano para seguir de perto o processo de integração e também tratarão da balança comercial bilateral, que hoje é muito favorável ao Brasil".
O Clarín, jornal de maior circulação no país, publicou duas páginas sobre o encontro e destacou que, ao contrário da sensação de continuidade que a nomeação de seu gabinete com praticamente os mesmos ministros que acompanham seu marido, "o cenário internacional é o lugar no qual Cristina toma distância de seu marido". Para o Clarín, Cristina "já estabeleceu prioridades: o cone Sul, esteve no Chile, agora Brasil, logo irá ao Uruguai, em princípio. E no cone Sul, visitou Lula antes que Hugo Chávez, um velho aliado de Kirchner". Na análise do Clarín, a visita de ontem foi um sinal, "já que é sabido que em política exterior não há fórmulas matemáticas. A ordem dos fatores sempre altera o produto". No entanto, o jornal não recordou que quando Kirchner assumiu, também fez sua primeira viagem ao Brasil, mas nem por isso deixou de estar tão próximo a Chávez.
O La Nación destacou o tema em sua capa e em seis reportagens, "Lula e Cristina afiançam a relação", publicou na chamada da primeira página. A reportagem principal comentou a "fugaz visita de três horas que Cristina Kirchner e parte de seu futuro gabinete fizeram a Brasília serviu aos governos de ambos os países para esboçar um claro símbolo de afirmação da relação bilateral". La Nación considerou que a agenda teve em um ponto que poderia abrir uma controvérsia, "a opção de avançar em matéria de cooperação nuclear, sobre o que não foram dados detalhes".