Jornada de trabalho

Saí depois do almoço. Duas da tarde, Praça Tiradentes, uma multidão atropelando e sendo atropelada… Sinaleiro fechado, uma ambulância do Siate parada na esquina da Travessa Comendador Macedo… De repente, um alarme assustador e vejo uma máquina enorme vindo em minha direção! Era um auto-bomba-tanque-resgate. (Este nome me foi fornecido pelo soldado Vieira, mais tarde) Para onde estariam indo?

Segui meu caminho. Atravessei a praça e fui me perguntando a razão de tanta gente no centro da cidade. Cheguei na Travessa Nestor de Castro com a intenção de apanhar o ônibus que me levaria até à redação do jornal O Estado do Paraná. Sinal aberto para os automóveis, o meu ônibus chegou, apanhou duas passageiras e seguiu, enquanto ?euzinha? estava impedida de atravessar a rua!

O barulho na cidade é quase ensurdecedor. Atravessei a rua e, enquanto esperava outro ônibus, fiquei apreciando do outro lado da rua os murais do Poty Lazzaroto… Lindos!

Enfim, chegou minha vez, e na redação do jornal, como sempre, fui atendida com muita atenção e carinho.

Para voltar, um ônibus me deixa no terminal do Alto da Gloria (Cabral). Mais outro e desço na Praça Osório. Ali, percebo o olhar de avaliação de um senhor e puxo conversa. Ele também não gosta do barulho e do trânsito louco que existe agora na nossa cidade… Também não vemos mais daquelas borboletas lindas a enfeitar Curitiba, nem as joaninhas que grudavam em nossa roupa… ?Deixe. Não tire. Traz sorte.?

Não serve de consolo, mas temos, em nosso apartamento, uma área com muitas folhagens, o nosso jardim suspenso, onde uma lagartixa fez a sua morada e nos encanta…  

Margarita Wasserman – Escritora e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

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