O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deve enfrentar duras negociações para conseguir implementar a reforma fiscal que planeja, mesmo entre seus aliados. Alguns membros do Ministério das Finanças e do gabinete, responsáveis pelo Orçamento, defendem que o governo adote um limite para os gastos, como um primeiro passo para conter o avanço da dívida pública japonesa, que é uma das maiores do mundo.

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Uma das propostas é congelar os gastos discricionários no nível atual. Mesmo assim, o Japão continuaria com um déficit orçamentário de quase 23 trilhões de ienes (cerca de US$ 235 bilhões), com base no nível atual de arrecadação. Para o Partido Liberal Democrático, de Abe, o teto de gastos é difícil de aceitar. As despesas com a previdência social devem crescer 1 trilhão de ienes por ano nos próximos anos, à medida que a população envelhece. Ou seja, para manter os benefícios atuais seria preciso adotar cortes de gastos em outros setores.

Abe coloca pouca ênfase na ideia de cortes de gastos para restaurar a ordem fiscal. Em vez disso, ele espera que seu plano de recuperação econômica aumente as receitas e melhore o equilíbrio orçamentário. O primeiro-ministro acredita que a austeridade não só mina a confiança do consumidor e a recuperação econômica em andamento, mas também prejudica o mercado de ações, que permanece em forte alta desde que ele assumiu o cargo, no final de dezembro do ano passado.

Abe não fez nenhuma menção a cortes de gastos em um plano anunciado no início deste mês e as autoridades do Orçamento acreditam que ele não deve mudar a sua postura mesmo após a eleição para a Câmara Alta do Parlamento, prevista para 21 de julho. A dívida do Japão se aproxima atualmente de 240% do PIB, mais do que o dobro do observado nos EUA e na zona do euro. Fonte: Dow Jones Newswires.

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