O governo do Japão proibiu o plantio de arroz nas áreas em que o solo foi contaminado por radiação que vazou dos reatores da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, depois do terremoto e do tsunami de 11 de março.

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Vegetais, leite e água potável contaminados haviam sido os primeiros objetos de preocupação depois da tragédia, mas o foco agora passou para o arroz. “Tínhamos que apresentar uma política rapidamente, porque a temporada de plantio acaba de começar”, disse o ministro da Agricultura, Michihiko Kano.

A proibição de plantar arroz vale para qualquer solo que contenha níveis elevados de césio radiativo. Os agricultores dessas áreas serão compensados, disse o ministro. O arroz produzido em outras regiões será escaneado para verificar se não apresenta riscos.

Yoshiyuki Ueda, 47, produtor de arroz da região de Futaba, perto de Fukushima, disse que já desistiu da safra deste ano por causa do temor de radiação. “O solo está arruinado. Acho que levará muito tempo até que as coisas voltem ao normal”, afirmou Ueda.

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A prefeitura (região administrativa) de Fukushima foi a quarta maior produtora de arroz do Japão em 2010. O país produziu 8,5 milhões de toneladas de arroz no ano passado e quase toda a produção foi para consumo doméstico (apenas 1.900 toneladas foram exportadas, principalmente para Hong Kong, Taiwan e Cingapura). O Japão também importou 664 mil toneladas de arroz em 2010.