O governo do Japão apelou à China e aos líderes tibetanos que abram um diálogo, na seqüência dos incidentes registados no território autônomo chinês, segundo informou a Agência Lusa. Na semana passada, o Tibete registou incidentes de grande violência por ocasião do aniversário da revolta tibetana de 1959 contra a presença chinesa.
O Japão apreciaria que ambas as partes iniciassem um processo de diálogo sem condições prévias para melhorar a situação, declarou na sexta-feira (21) o porta-voz do governo japonês, Nobutaka Machimura.
O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, afirmou na última quinta-feira (20) estar disponível para um encontro com o presidente chinês, Hu Jintao, se receber indicações concretas de que Pequim deseja dialogar.
Já o governo chinês anunciou a sua recusa de conversações com o Dalai Lama, apesar das crescentes pressões internacionais para que Pequim dialogue com o líder tibetano no exílio. Qin Ganag, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, reiterou a posição de Pequim de que o Dalai Lama é um falso e hipócrita líder religioso que quer a independência do Tibete.
O Dalai Lama deve desistir da sua exigência de um Tibete independente, acabar com as suas atividades separatistas e reconhecer que o Tibete é parte da China e que o governo da República Popular da China é o único governo legítimo, disse Qin Gang.
O Japão, que procura melhorar as suas relações com a China após anos de tensão sob o mandato do primeiro-ministro Junichiro Koizumi (2001-2006), tem evitado intervir na questão tibetana. Ao contrário dos países ocidentais, os líderes japoneses nunca receberam oficialmente o Dalai Lama, que faz viagens freqüentes ao Japão para se encontrar com os budistas nipônicos.