Japão escolhe premiê para tentar sair da crise

Os japoneses podem acordar amanhã sob o governo de um novo premiê – o terceiro só este ano – no episódio mais recente da sequência de reveses políticos, econômicos e diplomáticos que vêm sacudindo o país na última década. Nada menos que 14 primeiros-ministros passaram pelo cargo em 20 anos.

Economicamente estagnados, os japoneses viram no mês passado a China roubar-lhes o segundo lugar entre as maiores economias mundiais. E até mesmo a celebrada opção antinuclear da Constituição nipônica está ameaçada. Cada vez mais, os Estados Unidos insinuam seu interesse em manobrar armas atômicas na base militar que mantêm em Okinawa, sob o discurso de defender a Ásia das ameaças do regime comunista norte-coreano.

O atual premiê japonês, Naoto Kan, de 63 anos – há menos que cem dias no cargo -, enfrenta hoje Ichiro Ozawa, de 68 anos. Pelo sistema parlamentar local, só os membros do Partido Democrático do Japão (PDJ) podem votar. E o nome do escolhido ainda será submetido aos parlamentares da Câmara Baixa, onde o PDJ tem maioria.

O páreo não é nada promissor. De um lado, Ozawa enfrenta acusações de fraude na captação de recursos para sua campanha. De outro, Kan tem contra si o fato de não ter oferecido até agora nenhuma solução satisfatória para os problemas estruturais do Japão.

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