Japão e Coreia do Norte encerram nesta quarta-feira a primeira rodada de negociação presencial entre os países sobre o caso de japoneses sequestrados nas décadas de 70 e 90. Essa também foi a primeira vez em uma década que autoridades de ambas nações se encontram para negociar em Pyongyang.

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“Nós pedimos veementemente para que a investigação seja conduzida de modo imediato e que eles nos informem dos resultados o quanto antes”, afirmou Junichi Ihara, o agente do Ministério de Relações Exteriores do Japão responsável pela missão. A declaração foi dada pelo representante após o primeiro dia do encontro diplomático. “Também enfatizamos que o caso dos sequestros é a maior prioridade do Japão”.

Os sequestros são um grande obstáculo para as relações entre os dois países, que não têm laços diplomáticos formais. O governo norte-coreano reconheceu o crime em 2002, afirmando que 13 japoneses foram sequestrados para que treinassem espiões na língua e na cultura do país.

Em maio de 2014, Pyongyang aceitou iniciar uma nova investigação do caso, mas o processo de apuração não tem sido tão rápido quanto Tóquio gostaria. Em setembro, durante um encontro entre representantes dos países na China, o Japão esperava receber um relatório preliminar do caso, mas recebeu apenas o informe de que deveria ir a Pyongyang se quisesse entrar em detalhes com o comitê especial de investigação.

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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu não ceder em relação ao caso até que os japoneses retornem ao país ou que tenham seu paradeiro determinado. Isso pode se provar bastante complicado, visto que as estimativas de pessoas sequestradas variam imensamente. Enquanto o governo japonês reconhece que apenas 17 cidadãos foram abduzidos, a polícia do país afirma que tem 800 casos de desaparecidos na Coreia do Norte cuja possibilidade de sequestro não pode ser descartada. Fonte: Associated Press.