Autoridades japonesas informaram hoje que encontraram níveis altos de materiais radioativos em peixes a 80 quilômetros da usina nuclear Daiichi, em Fukushima. A radiação elevada já havia sido encontrada em alguns produtos como leite e vegetais no Japão.
Segundo a Prefeitura de Ibaraki, duas amostras de pequenos peixes chamados konagos, pescados em áreas diferentes perto da costa do Oceano Pacífico, em Ibaraki, norte do país, continham níveis de material radioativo acima do permitido.
A descoberta anunciada hoje é a primeira indicação clara de contaminação dos peixes e levanta temores de que a água radioativa da usina ameace a vida marinha, que é uma importante fonte de alimentação para o país.
Em uma amostra coletada em 1º de abril, uma cooperativa de pesca local detectou 4.080 becquerels (unidade de medida de radioatividade) por quilo de iodo radioativo. Hoje, o governo japonês estabeleceu um limite de 2 mil becquerels por quilo para os peixes, o mesmo nível permitido em vegetais.
Em outra amostra coletada ontem, foram detectados 526 becquerels de césio por quilo de peixe. O valor ultrapassa o limite de 500 becquerels por quilo desse componente.
Ontem, a Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da usina, lançou mais de 10 milhões de litros de água pouco radioativa no Oceano Pacífico, mas busca evitar que água ainda mais radioativa também acabe no oceano. As informações são da Dow Jones.