Tropas israelenses entraram em conflito com manifestantes árabes neste domingo em três fronteiras hostis, incluindo com a Síria, o que deixou pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos em uma onda sem precedentes de manifestações para lembrar um dia de luto palestino por sua derrota para Israel em 1948.
No incidente mais sério, o Exército israelense disse que milhares de manifestantes se aproximaram da fronteira da Síria com a as Colinas de Golã, região controlada pelos israelenses, e centenas ultrapassaram a cerca. Soldados abriram fogo para impedi-los, segundo o Exército. Dezenas ficaram feridos e quatro teriam sido mortos. A mídia israelense noticiou que o incidente já havia sido resolvido no início da noite, mas o Exército não confirmou imediatamente essa informação.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou ter ordenado que o Exército aja com “máxima prudência.” “Mas ninguém deve se enganar. Estamos determinados a defender nossas fronteiras e soberania”, completou ele em uma breve declaração na TV israelense.
Os tumultos deste domingo – que surgiram depois que ativistas usaram o Facebook e outros sites para mobilizar os palestinos e seus defensores em países vizinhos a marchar até a fronteira com Israel – marcaram a primeira vez que as táticas de protesto que vêm tomando o mundo árabe nos últimos meses são direcionadas a Israel.
Confrontos também aconteceram ao longo da fronteira norte de Israel com o Líbano, assim como na Faixa de Gaza, perto da fronteira sul com Israel. O Exército israelense disse que 13 soldados ficaram levemente feridos nos confrontos no Líbano e na Síria.
Além disso, centenas de palestinos jogaram pedras contra a polícia israelense e queimaram pneus em postos de controle perto de Jerusalém, mas depois foram dispersados.
As manifestações marcam o que os palestinos chamam de “nakba”, ou “catástrofe”, termo que usam para descrever a sua derrota e desalojamento na guerra ocorrida no momento da criação de Israel, em 1948. As informações são da Associated Press.