Mais de 790 pessoas morreram e quase 300 estão desaparecidas por causa do terremoto no oeste da China, informaram hoje autoridades. O tremor de quarta-feira na província de Qinghai afetou principalmente a cidade de Yushu, predominantemente tibetana.
Hoje, o primeiro-ministro Wen Jiabao visitou sobreviventes do terremoto. As autoridades demonstravam prontidão para lidar com os problemas, após o fenômeno ocorrido em uma das áreas onde é mais forte a tensão étnica na China. A região tibetana foi palco, dois anos atrás, de fortes protestos contra o governo de Pequim, duramente reprimidos.
“Nós faremos esforços grandes para construir uma nova Yushu”, prometeu hoje Wen a moradores, segundo a agência estatal Xinhua. Ele chegou ao local do terremoto na noite de ontem e visitou várias pessoas atingidas. “O sofrimento de vocês é nosso sofrimento”, disse Wen, que é Han, grupo étnico majoritário na China.
O governo enviou soldados e equipes de resgate, além de bombeiros, para tentar salvar pessoas soterradas e auxiliar outras vítimas. A mídia estatal informou hoje que já começaram a chegar tendas, roupas quentes, água potável e comida. O presidente chinês, Hu Jintao, encurtou uma viagem à América Latina para voltar mais rápido ao país.
Comprometimento
Analistas notam que a tragédia é uma oportunidade para Pequim mostrar seu comprometimento com membros de etnias minoritárias. “Se os esforços de resgate e ajuda forem bem, as relações melhorarão”, afirmou Zhang Zhirong, pesquisador tibetano da Universidade Peking.
Os tibetanos reclamam de restrições do governo a seus direitos civis e a suas práticas religiosas. Muitos também se sentem excluídos do boom econômico chinês. Todos esses elementos contribuíram para o levante em áreas tibetanas pouco antes dos Jogos Olímpicos em Pequim, em 2008. As informações são da Dow Jones.