O filme italiano “César deve morrer” foi o grande vencedor do Festival de Berlim deste ano. Dos diretores Paolo Taviani e Vittorio Taviani, o filme que recebeu o Urso de Ouro é uma adaptação da obra “Júlio César”, de Shakespeare, e seus atores são detentos da prisão de segurança máxima de Rebibbia.
Na obra, Shakespeare conta a conspiração para matar o ditador romano Júlio César em 44 a.C. O filme permitiu aos presos, alguns deles condenados à prisão perpétua por homicídio, falarem sobre temas como poder, morte e traição com um grande realismo e energia.
Os irmãos Taviani, de 83 e 85 anos, já haviam se referido ao filme-documentário, como um “relato da descoberta do poder da arte por homens que vivem uma tragédia, não apenas pelos delitos que cometeram, como pela vida dura na prisão”.
O Festival de Berlim, que é o primeiro do ano na Europa, acontece no Berlinale Palast. O Urso de Ouro, entregue para o vencedor na categoria de melhor filme pelo diretor britânico Mike Leig, que presidiu o júri internacional, foi escolhido entre 18 concorrentes. Entre os oito membros do júri estão o ator Jake Gyllenhaal e o diretor iraniano Asghar Farhadi.
Entre os favoritos ao prêmio máximo do festival, estavam, além do vencedor “César deve morrer”, o alemão “Barbara”, de Christian Petzold, a coprodução luso-brasileira “Tabu”, de Miguel Gomes, e o filme canadense “War Witch”, de Kim Nguyen.