A Itália precisa de um novo governo imediatamente para evitar uma “catástrofe”, afirmou nesta terça-feira Walter Veltroni, integrante da cúpula do Partido Democrático, que perdeu as eleições gerais de 2008.
“Cada hora que este governo permanece no poder…equivale a um ataque à estabilidade e ao destino do país”, afirmou Veltroni. Sua coalizão de centro-esquerda perdeu as eleições, vencidas pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
“A Itália precisa de um novo governo, imediatamente, liderado por uma pessoa competente que possa colocar em prática uma ação polícia desafiadora e fazer isso que uma forma verossímil”, afirmou Veltroni. “Tudo o que Berlusconi diz é considerado por observadores internacionais, mercados e outros líderes como totalmente infundado”, disse ele.
Um novo governo é necessário agora “para que o país não entre em colapso e vire uma catástrofe”, disse o líder opositor.
A maioria de centro-direita do atual premiê italiano vai realizar uma cúpula de lideranças em Roma na quarta-feira para traçar uma estratégia sobre como aprovar reformas para estimular o crescimento econômico. Berlusconi estará em Cannes para a reunião do Grupo dos 20 (G-20, que reúne os países mais industrializados e as principais nações em desenvolvimento) na quinta-feira e vai discursar no Parlamento na semana que vem.
Seu governo prometeu aos parceiros da União Europeia (UE) que a Itália vai implantar reformas difíceis e de longo prazo, dentre elas leis trabalhistas. Sindicatos italianos, o principal eleitorado do partido de Veltroni e seus aliados, ameaçaram realizar grande protestos se Berlusconi tentar aliviar uma lei que torna mais difícil para as empresas demitirem funcionários, mesmo se o negócio estiver enfrentando problemas econômicos.
O Partido Povo da Liberdade, de Berlusconi, ainda é a maior legenda do país, com 26,4% de apoio, segundo uma pesquisa de opinião realizada pelo respeitado Instituto ISPO e publicada no final de semana.
O Partido Democrático tem 25,9% de apoio, mas se conseguir manter a aliança com a esquerda e outros partidos de oposição poderá angariar mais apoio do que a coalizão de governo, mostrou o levantamento.
A pesquisa também mostrou que apenas 20% dos italianos acredita que seria uma boa ideia deixar o euro. O mesmo porcentual aprova a elevação da idade para a aposentadoria, uma das exigências que a UE faz a Roma. As informações são da Dow Jones.