A decisão do governo brasileiro de não extraditar o italiano Cesare Battisti abre “um precedente gravíssimo que pode afetar o destino de muitos fugitivos” e a Itália está pensando em “levar o caso ao tribunal internacional de Haia”, disse o ministro de Relações Exteriores do país, Franco Frattini, em entrevista ao jornal Corriere della Sera, segundo informações da agência de notícias ANSA.
Frattini disse também que a Itália ainda tentará apelar para o Supremo Tribunal Federal contra a decisão do governo brasileiro e disse ser “impensável” apresentar a questão do “risco pessoal” como motivo para não extraditar Battisti. “Com todo o respeito, a Itália não é o país dos desaparecidos, não é aqui que na cadeia torturam, matam ou desaparecem os detentos”, afirmou o ministro, segundo a ANSA.
Battisti foi condenado a prisão perpétua na Itália em 1987 por quatro assassinatos promovidos pela organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).