Os líderes da França e da Itália anunciaram um acordo hoje que permite que a fabricante de navios italiana Fincantieri assuma o controle do estaleiro STX, da França, com o objetivo de criar um gigante mundial
da indústria naval.
O acordo foi anunciado um dia após a fusão entre a alemã Siemens e a francesa Alstom, para criar uma gigante europeia do setor ferroviário.
Ao lado do primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que, no acordo, ambos os lados saíram ganhando. Gentiloni também enfatizou o potencial da nova entidade como uma gigante da indústria naval e disse que seu sucesso ajudaria a Europa como um todo.
“A Itália e a França têm grande necessidade de uma Europa que é motor de investimento, trabalho e crescimento”, disse o premiê.
O STX é o único estaleiro da França grande o bastante para construir porta-aviões e grandes navios de guerra. No ano passado, saiu de lá o maior cruzeiro do mundo, o Harmony of the Seas, e antes disso foi construído o Queen Mary II.
O acordo dá à Fincantieri – controlada pelo Estado – uma fatia de 51% no estaleiro, que está localizado em Saint-Nazaire, na costa do Atlântico. A companhia italiana vai pagar 60 milhões de euros (US$ 70,5 milhões) por 50% da STX, segundo o gabinete de Mácron. A França vai emprestar outro 1% para dar ao grupo italiano o Controle operacional do estaleiro.
O mecanismo de empréstimo permite que a França tome de volta a fatia de 1% nos durante os próximos 12 anos, caso o governo francês determine que a Fincantieri não está cumprindo com seus compromissos.
Os 49% restantes permanecerão em mãos francesas, principalmente sob propriedade do governo e do estatal Grupo Naval. Sob a nova estrutura, 34,34% serão do Estado francês, incluindo o 1% emprestado à Fincantieri.
A Fincantieri se comprometeu em manter a divisão de pesquisa e desenvolvimento do estaleiro na França; a não transferir o know-how e a propriedade intelectual para fora da Europa; garantir o direito de veto do governo francês sobre o futuro nome da STX; e a dar à França direitos especiais relacionados à atividade militar do estaleiro, de acordo com o gabinete de Macron. Fonte: Associated Press.