Urbani destacou que se trata de documentos de “inquestionável valor histórico”, entregues pelo ex-rei Humberto II a um major do exército, pouco antes do monarca partir para o exílio. Os papéis, tal como muitos outros, foram provavelmente retirados dos gabinetes do Palácio Veneza, onde o “duce” tinha sua sede de governo, depois de 25 de julho de 1943.
Uma fonte do Ministério da Cultura relatou que como a maioria das cartas se referia à situação militar da Itália, foram confiadas ao major Mario Alicicco, com a recomendação de que não fossem divulgadas publicamente antes de pelo menos 50 anos, o que foi cumprido por seus dois filhos.
Os documentos se referem aos principais teatros de operações bélicas das tropas italianas durante a II Guerra Mundial, como França, Rússia, Tunísia, Bálcãs e Sicília, além de minutas de reuniões entre os dois dirigentes, com muitas anotações manuscritas de Mussolini.
A correspondência será colocada à disposição dos pesquisadores, que poderão obter informações valiosas sobre as operações militares realizadas antes do colapso do regime fascista, a 25 de julho de 1943.
Ao destacar a importância dos documentos, Urbani pediu que “outras pessoas mostrem a mesma sensibilidade” e contribuam com informações em seu poder “para enriquecer o arquivo do Estado”.
“Muitas atas do Estado italiano desapareceram entre meados de 1943 e 1945, forçando os historiadores a uma difícil reconstrução das circunstâncias e fatos que constituem uma parte fundamental da memória da República”, disse Urbani, ressaltando que esses elementos são “indispensáveis para compreender plenamente as raízes do nosso presente”.