O comandante das Capitanias dos Portos da Itália, o almirante Marco Brusco, disse nesta quinta-feira que o capitão Francesco Schettino, do navio naufragado Costa Concordia, perdeu um tempo precioso de uma hora logo após o transatlântico se chocar contra os recifes da ilha do Giglio, na noite de 13 de janeiro. Se Schettino “não tivesse perdido uma hora preciosa” talvez 16 pessoas não tivessem morrido e outras 16 não estivessem desaparecidas, disse Brusco. Segundo ele declarou a um comitê do Senado italiano, a responsabilidade do naufrágio “é seguramente do comandante”.

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Brusco esclareceu que é o capitão “quem traça a rota” do navio e que Schettino fez isso quando o transatlântico partiu do porto de Civitavecchia. “É evidente que se depois ele decidiu mudar a rota, tirou o controle do piloto automático e trabalhou manualmente”, afirmou Brusco. Mas o almirante reconheceu que é preciso questionar também porquê os outros oficiais do Costa Concordia “ficaram quietos” durante o desastre e também abandonaram o navio com Schettino em uma lancha.

Brusco disse que, como o navio transportava 4.200 pessoas, o desastre até que não foi maior. “Mas se o capitão não tivesse perdido uma hora preciosa, as coisas seriam perfeitas”, disse. Isso significa que Schettino deveria ter acionado o alarme “quando o navio já estava inclinado a 20 graus e não a 90, porque com isso seria muito mais fácil baixar os botes salva-vidas”.

Brusco disse que a arriscada manobra de Schettino, que se aproximou a apenas 150 metros da ilha do Giglio, no litoral da Toscana, “não é proibida” pelas leis de navegação, “mas precisa ser efetuada com critério e respeitando as normas necessárias”. Ele disse que a tripulação respondeu de maneira bem melhor que o capitão e os oficiais do transatlântico ao desastre. Schettino, de 52 anos, está sob prisão domiciliar em Meta di Sorrento, perto de Nápoles. Ele pode ser acusado de homicídio culposo múltiplo, abandono de navio e responsabilidade pelo naufrágio.

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As informações são da Agência Ansa.