Pessoas de todas as esferas sociais lotaram o parlamento israelense neste domingo para prestar suas últimas homenagens ao ex-primeiro-ministro Ariel Sharon. Ex-colegas de exército, aliados políticos e cidadãos comuns lembraram Sharon como um líder decidido, para o bem ou para o mal, e como um dos últimos heróis da geração que fundou Israel.
“Não tenho palavras. Ele era maior que a vida”, disse um emocionado Shlomo Mann, 68, que serviu sob o comando de Sharon em 1973, durante a guerra do Yom Kippur. “Aqueles que não o conheceram de perto não podem entender a lenda que ele era. Nunca haverá alguém como ele.”
Sharon morreu no sábado aos 85 anos, oito anos depois de entrar em coma em decorrência de um derrame.
“Arik era, em primeiro lugar, um guerreiro e um comandante, um dos maiores generais do povo judeu nos tempos atuais e em sua história”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, rival político de Sharon e de seu partido, o Likud. “Acho que ele representa a geração de guerreiros judeus que se levantou em nome de nosso povo quando retomamos a independência.”
O presidente Shimon Peres, antigo amigo e rival, e o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, que sucedeu Sharon em 2006, também compareceram ao Knesset.
Mas o evento foi principalmente uma ocasião para cidadãos comuns prestarem suas homenagens. “Estas são lágrimas de dor e perda, mas também de alegria, já que agora ele pode finalmente descansar”, disse Anat Amir, 44. “Ele era um líder em quem você podia confiar. Ele olhava para o futuro, contava com sua experiência do passado e tinha coragem de tomar decisões difíceis e executá-las.”
Norman Zysblat, 64, chamou Sharon de herói de Israel. “Eu vi e senti a força que ele transmitia aos soldados”, afirmou, lembrando-se de quando cruzou o Canal de Suez sob o comando de Sharon, em 1973.
Um funeral estatal está previsto para segunda-feira com a participação de líderes israelenses e mundiais, segundo o gabinete do primeiro-ministro. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, o primeiro-ministro checo, Jiri Rusnok, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e outros devem comparecer ao evento.
Depois disso, o corpo de Sharon será levado pelos militares para o enterro em sua fazenda. Fonte: Associated Press.