Israelense nega ter humilhado presos palestinos na web

Eden Aberjil, a ex-soldado israelense que colocou em seu perfil da rede social Facebook fotos dela fardada e sorrindo ao lado de prisioneiros palestinos com os olhos vendados, disse que sua atitude foi “impensada”. Ela afirmou que não humilhou os detentos e que ficou surpresa que as imagens tenham sido vistas como ofensivas. Ela usou um tom defensivo em duas entrevistas em rádios, afirmando que não fez nada de errado e que casos semelhantes acontecem “todo dia” no Exército.

 

Autoridades israelenses e palestinas condenaram a ex-soldado por causa das fotografias – uma das quais estava acompanhada de comentários de um amigo que incluíam piadas e insinuações sexuais. Em uma foto, ela aparece olhando para um prisioneiro palestino com vendas nos olhos. Outra imagem mostra a ex-militar sorrindo na frente de três palestinos algemados e sentados, com faixas cobrindo as vistas. Mas como Aberjil já cumpriu o serviço militar obrigatório, não se sabe se sofrerá ação disciplinar.

Falando à Rádio do Exército de Israel, Aberjil disse que sua decisão de postar as fotografias, tiradas em 2008 perto da Faixa de Gaza, foi “impensada e inocente”. Mas acrescentou: “Continuo não entendendo o problema”, disse. “Não há demonstração de violência, de desrespeito ou de qualquer coisa que poderia ferir aquela pessoa nas fotos. Eu apenas tirei minha fotografia com alguém ao fundo”, alegou. “Quando eu entendi que tantas pessoas ficaram ofendidas com minhas fotos, eu as retirei do ar.”

Em outra entrevista, Aberjil criticou o alvoroço internacional provocado pelas imagens, que lembram vagamente as fotografias tiradas em 2003 por soldados norte-americanos de prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib. As imagens da israelense não mostram sinais de abuso físico ou coerção e Aberjil negou qualquer comparação. “Eu não humilhei aqueles detentos. Eu não os atingi, não agi de forma desagradável com eles. É completamente diferente do que os soldados norte-americanos fizeram e algumas pessoas estão tentando me comparar a eles.”

 

Aberjil afirmou ter ficado chocada com o interesse internacional sobre a história, dizendo ter recebido ligações de empresas de comunicação europeias e norte-americanas. E atacou as discussões em Israel, dizendo que as pessoas estão mais preocupadas com as críticas internacionais do que com a proteção de uma soldado que bravamente serviu a seu país.

“Isto é algo que acontece todo dia no Exército, especialmente em bases como esta”, contou ela, sem apresentar provas. Aberjil chamou as críticas do Exército contra ela de “desgraça” e afirmou que colocou sua vida “em risco pelo país”. Procurada, Aberjil disse que não quer conversar com a mídia internacional.

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