Israel vai anunciar produção de energia em usina nuclear

O governo israelense anunciará amanhã planos de desenvolver tecnologia nuclear para gerar eletricidade. A decisão deve aumentar a pressão internacional sobre o programa atômico de Israel, único do Oriente Médio a possuir armamento nuclear.

Tel-Aviv não é signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) nem tem representantes na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Israel adota a chamada “doutrina da ambiguidade”, sem admitir nem negar publicamente que detém a bomba atômica. O anúncio do uso nuclear civil por Israel será feito pelo ministro de Infraestrutura do país, Uzi Landau. Ele participa de uma cúpula em Paris sobre energia nuclear patrocinada pelo governo francês.

As matrizes de energia de Israel, país com 7,5 milhões de habitantes, são, basicamente, carvão e gás importado. Há atualmente dois reatores nucleares em território israelense: o de Dimona, onde se acredita que foi desenvolvido o armamento nuclear israelense, e o de Nahal Soreq, destinado a pesquisas e aberto a inspeções.

Landau afirmou que israelenses têm capacidade de construir, sozinhos, a usina nuclear para gerar energia, mas prefeririam fazer isso em parceria com um segundo país. Uma das ideias é compartilhar a usina com a Jordânia, afirmou o ministro israelense.

Ele se reuniu hoje com o ministro de Energia da França, Jean-Louis Borloo. O projeto seria supervisionado por Paris, e a usina, construída com tecnologia francesa. Borloo se disse “muito interessado” e prometeu levar o assunto ao presidente Nicolas Sarkozy. Nos anos 50, a França auxiliou Israel a construir a usina de Dimona, em um projeto articulado pelo atual presidente israelense, Shimon Peres. Na época, o governo francês era o principal aliado do então jovem Estado israelense.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo